O filme é muito divertido. Foram feitas várias adaptações em relação ao original. Na verdade, até me arrisco a dizer que foram mudanças feitas para melhorar a história, e torná-la mais atrativa. Rapunzel é um dos contos mais sombrios entre os contos de fada que conheço. Uma transposição mais literal não seria bem sucedida como filme.
O que eu mais gostei de ver, entretanto, foram personagens mais dúbios: a ambivalência e o conflito bem/mal prevalecem a uma presença maior de ambiguidade, de motivações pessoais. O mocinho é um ladrão bonachão, metido a conquistador, mas que no final reconhece na Rapunzel ingênua e delicada; a madrasta (famosas madrastas!) não é flor que se cheire, mas não é realmente aquela vilã saída das profundezas de um caldeirão mágico, moldada para o mau.
A forma como o filme fala, tanto para pais quanto para filhos, é também muito interessante. Rapunzel vive um conflito pelo qual passamos: o momento de ganhar maior independência dos pais. O medo de decepcionar a si e aos pais, a insegurança de um mundo que se abre cheio de possibilidades e armadilhas, o desejo de ganhar asas e ver-se livre das restrições, tidas como exageradas. A madrasta também, afinal! Ela mantém, por motivos puramente egoístas, a heroína isolada do resto do mundo, e tenta mantê-la presa ao lar de todas as formas. Essa é uma representação extrema, claro, mas a mensagem é clara: filhos são para o mundo, não para si. Com a orientação adequada, essa fase pode ser superada de maneira feliz.
É um bom filme, com animação exímia e situações que vão arrancar boas risadas.
Por Thais Ledier
Eu quero assistir!!!
ResponderExcluirÉ muuuuuuito lindo esse filme!
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